“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

terça-feira, 31 de julho de 2018

A adorável Náfplio e o Canal de Corinto, Grécia - Grécia e Romênia 2018

Náfplio foi a nossa base no Peloponeso, foram 3 noites onde pela manhã explorávamos os vários sítios arqueológicos da região e à tardinha curtíamos esta cidade maravilhosa, para nós a mais bonita e agradável do continente. Localizada num golfo estreito e rodeada por grandes penhascos sempre teve importância militar e por isso foi disputada por otomanos e venezianos que deixaram suas marcas pela cidade. Após a independência da Grécia Náfplio foi sua primeira capital (1.829 a 1.834) mas com o assassinato do primeiro-ministro em frente a uma igreja viveu um período confuso que só terminou quando o príncipe da Baviera, que se tornou Rei Oto, chegou e através de seu poder a capital foi mudada para Atenas.

Há muito para ver na cidade mas no nosso primeiro dia simplesmente vagamos pelo seu calçadão a beira-mar lotado de cafés e restaurantes



que termina na Praça Iatrou que no dia apresentava um casamento grego com muita música e danças.



Mas caminhar pelas suas ruas ainda é melhor, tudo bem cuidado com muitas flores, magia..




Outra praça histórica é a Syntagma, toda em mármore foi a praça principal durante a ocupação veneziana e hoje combina esse estilo com antigas mesquitas; aqui fica o Museu Arqueológico.





No dia seguinte pudemos ver a Praça Iatrou com mais detalhes



e observar suas fortalezas. A maior de todas é a Fortaleza Palamidi construída pelos venezianos no séc. XVIII é formada por uma única muralha com sete fortes auto-suficientes. A outra mais abaixo é a Fortaleza Akronafplia, construída no local da cidade bizantina tem a Torre do Relógio como seu ponto mais ocidental. A última fortaleza é a Boúrtzi que não se vê na foto pois encontra-se no mar, construída pelos venezianos para defender a parte navegável da baía também foi usada como prisão. Do porto saem barcos que levam até ela mas esta foi a única que não visitamos mas foi a que mais fotografamos.





O acesso a Fortaleza Palamidi é fácil, é possível ir de carro até sua entrada. Daqui caminha-se bastante pois ela é enorme e tem-se vistas amplas de toda a cidade e da baía.













Na foto abaixo é possível ver o formato da península em cabeça de águia, a Fortaleza Akronafplia com suas muralhas, a praça Syntagma com suas antigas mesquitas e a Fortaleza Boúrtzi.


E aqui a Fortaleza Akronafplia em mais detalhes e a Torre do Relógio.



Todo final de noite íamos até o início das muralhas por este calçadão



de onde se tem a melhor vista de Boútzi e onde ficam pequenos bares entre as muralhas e o mar, uma delícia apesar de caros.









Mas foi só quando fomos até a Fortaleza Akronafplia que descobrimos um caminho que sai desses bares e vai ao lado das muralhas contornando toda a península para chegar a uma praia, Arvanitia.

o caminho
praia Arvanitia
Também fomos de carro até a Fortaleza Akronafplia onde além das muralhas avistamos a Fortaleza Palamidi e mais detalhes da cidade.









Boúrtzi e a Praça Syntagma com a antiga mesquita
Mas foi a descoberta da praia que mais nos encantou e fomos para lá. Na região dos bares, ao lado das muralhas



começa o caminho




Palamidi ao alto
que é muito agradável de percorrer



e de onde vemos alguns acessos a pequenas praias





até que vimos Arvanitia



mas para chegar até ela ainda há muitos degraus. O esforço é compensado pela excelente infra estrutura local, o atendimento, a praia e aquele mar enebriante.







Há um acesso de carro que chega perto das escadas mas o caminho a pé é bem legal e voltamos por ele.






Há bons parques ar redor da cidade e em um deles encontra-se o Leão da Bavária, inspirado no Leão de Lucerna, foi construído pelo pai do Rei Oto em homenagem aos soldados bávaros que morreram num surto de tifo.



Os finais de tarde foram sempre especiais















Por último uma recomendação, Nafplio não é cidade para bate-volta, tem muito a oferecer.

No caminho para cá passamos pelo Canal de Corinto que além da história é muito bonito. O canal foi construído para diminuir a distância em 400 km dos navios que iriam do Canal de Corinto para o Mar Egeu. A ideia inicial surgiu no séc. VII a.C. mas a tentativa de construção só aconteceu com o Imperador Nero no ano 67 d.C. mas parou com a sua morte. A construção efetiva começou em 1.881 mas, pelas grandes dificuldades, só terminou em 1.893. Acabou tendo pouco uso pelos grandes navios por ser estreito e sujeito a deslizamentos, hoje praticamente só barcos de turismo passam por ele.

O canal foi escavado na rocha do istmo, parte mais estreita do continente e acabou por separar a região do Peloponeso do restante da Grécia. São 6,3 km de comprimento, largura de até 21 metros e incríveis paredões de até 40 metros, sem dúvida o contraste desses paredões brancos com a cor do mar torna o lugar único.




A parte de baixo de uma das pontes é usada como base para bungee jump e tivemos a oportunidade de presenciar um salto.



"Tudo vale a pena quando a alma não é pequena." Fernando Pessoa
















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