“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Vale do Somme e Memoriais da I Guerra Mundial, França - França e Espanha 2017

O roteiro inicial do primeiro dia saindo de Paris era um clássico: Giverny, Les Andelys terminando em Rouen mas quando soube que o Vale do Rio Somme possuía as mais bem preservadas trincheiras da I Guerra Mundial decidimos trocar, afinal um dos objetivos desta viagem eram  locais das guerras mundiais e não nos arrependemos, vimos memoriais enormes, muitos cemitérios, uma grande cratera e a certeza de que aqui aconteceu uma grande carnificina.

Nossa primeira parada foi em Péronne somente para ver o exterior do Museu Historial da Grande Guerra instalado no  Castelo Medieval da cidade tendo a frente um pombal já que os pombos-correios tiveram um importante papel na só na Primeira Guerra Mundial mas também em muitas outras.







 No caminho era comum encontrarmos cemitérios menores como este.



Mais a frente encontramos uma enorme cratera, a Cratera de Lochnagar, formada pela explosão de 27 toneladas de explosivos britânicos sob trincheiras alemãs, tem 30 metros de profundidade e 100 metros de diâmetro e causou a morte de mais de 10.000 pessoas.



Ao redor encontram-se os nomes dos que morreram, histórias que aqui aconteceram mas também vários alertas dos perigos que ainda existem.








Seguimos para Thiepval onde fica o Memorial Britânico, o maior memorial britânico no mundo que homenageia 72.195 britânicos e sul-africanos mortos na Batalha de Somme e com sepultura desconhecida. Inicialmente passamos por um museu que mostra a sequência de eventos da guerra, depois pinturas com dados desta batalha para finalmente entrar no grande memorial.








Aqui tivemos uma grata surpresa, vimos um animal correndo, inicialmente achei que era um cachorro galgo, mas aí vieram mais dois e percebemos que eram veados correndo para se esconderem na mata.



Infelizmente foi a única vez nesta viagem que vimos animais silvestres.
No caminho para o Memorial Canadense passamos pela Torre Ulster que homenageia os 4.900 soldados da 36° divisão, a divisão Ulster.


Na cidade de Beaumont-Hamel fica o Memorial Canadense e é aqui que se encontra um campo de batalha preservado com suas trincheiras. O maior objetivo desses memorias é homenagear os soldados sem sepulturas, aqueles cujos corpos nunca foram encontrados. Em destaque está uma rena, símbolo do regimento.







Por fim algumas fatos interessantes desta guerra e da batalha que aconteceu nesta região:

-aqui foi a primeira batalha em que tanques de guerra foram usados, pelos britânicos

- o governo britânico optou por recrutar voluntários, assim vários batalhões eram formados por pessoas da mesma cidade, se isso aumentava a camaradagem aumentou também a dor e a revolta nas cidades que perdiam quase todos os seus jovens

-no primeiro dia do ataque britânico com 40.000 soldados morreu quase a metade

-pela primeira vez uma guerra foi filmada e no Reino Unido mais de 20 milhões de pessoas foram assistir as cenas reais do front

-pessoas conhecidas como o compositor de música erudita Ralph Vaughan e, para nós o mais conhecido, J. Tolkien escritor de "O Senhor dos Anéis" foram britânicos que lutaram nas trincheiras de Somme

-pelo lado alemão figuras que futuramente na II Guerra Mundial estariam em lados opostos, aqui lutaram juntas nas trincheiras de Somme, o jovem Adolf Hitler e o judeu Otto Frank cuja filha Anne ficaria famosa por relatar em seu diário a sua vida e a da sua família após a perseguição nazista.

Esta batalha foi considerada uma das maiores carnificinas da história humana, em menos de 5 meses mais de um milhão de mortes para o recuo de menos de 10 km do exército alemão.

Lembrar do passado para não reviver os mesmos erros no futuro.




















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