“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Split, Croácia - Balcãs 2016

Split é a segunda maior cidade da Croácia e a mais importante da região da Dalmácia, possui um importante porto e daqui saem ferries para várias ilhas do país. Também li que é uma cidade muito turística e grande com muito movimento no porto e por isso não a escolhemos como base.

Saímos de Trogir e em menos de uma hora estávamos em Split aí a grande dificuldade é encontrar uma vaga num estacionamento próximo ao centro antigo. Gostamos muito das formas alternativas de acesso à várias cidades da Ístria e mesmo nas do litoral da Eslovênia mas aqui não encontramos tal facilidade, os estacionamentos próximos lotam rapidamente e há vários carros rodando entre eles a procura de uma vaga. O primeiro que fomos estava lotado e no segundo, o mais próximo do centro antigo, assim que entramos vimos um carro saindo, pura sorte...ainda bem.

Na foto abaixo Split vista do alto.




A cidade, inicialmente um pequeno povoado, foi transformada quando o imperador romano Diocleciano resolveu construir aqui o seu palácio por volta do ano 300 d.C. Diocleciano era croata, nasceu em Salona uma cidade próxima de Split e governou o Império Romano por 20 anos, após esse período mudou-se para o palácio que construíra a beira do mar. Hoje esse palácio é o maior atrativo da cidade e um dos maiores e mais bem preservados da história romana.

Se não estávamos muito entusiasmados com a cidade tudo mudou ao entrarmos no palácio, no formato de um retângulo, reforçado por torres, possui duas ruas principais, o Cardo e o Decumanus, e quatro portões. O lado voltado para o mar é formado por uma galeria com arcos e foi por aqui que entramos, passamos o Portão de Latão e encontramos antigos porões subterrâneos hoje ocupados por lojas.


No final  chega-se ao Peristilo, praça onde Cardo e Decumanus se encontram; uma área sagrada tendo o Templo de Vênus e Cibele de um lado, o Mausoléu, hoje a Catedral, do outro lado e mais distante o Templo de Júpiter, hoje o Batistério de São João; maravilhoso...

Catedral à esquerda e em frente a saída dos subterrâneos
Após a morte de Diocleciano o palácio foi usado como escritórios e residência do governador. Foi refúgio de moradores de Salona quando esta foi devastada pelos avaros, entre estes estava um bispo que deu força ao bispado da cidade. Posteriormente passou para o domínio bizantino e depois para o veneziano. Todas essas ocupações refletem mudanças e estilos diversos naquilo que hoje vemos. Uma delas é a Catedral de São Dônio, bispo que estava entre os refugiados e cujo corpo se encontra aqui onde antes ficava o Mausoléu de Diocleciano.

Catedral de São Dônio






O Campanário é uma construção posterior, entre os séc. XII e XVI.





Daqui fomos para o Templo de Júpiter onde fica a pia batismal e a estátua de São João.


Saímos pelo Portão de Prata



 

contornamos o Palácio e chegamos a uma praça onde ficam o Portão de Ouro, era a principal entrada para o palácio, e a incrível estátua de Gregorius of Nin, um importante bispo do séc. X que brigou com o Papa pois queria que os serviços religiosos fossem realizados na língua local e não em latim.






Retornamos ao palácio, agora em direção ao Portão de Ferro que do lado externo tem ao lado a Torre do Relógio do séc. XII.




Do outro lado está a Praça do Povo onde fica a Prefeitura.


Um pouco mais abaixo está a Praça Brace Radic onde fica a Torre Marina, o que restou de um castelo veneziano construído no séc. XV. Em frente a ela a estátua de Marko Marulic, fundador da literatura croata.


A beleza desse palácio compensa qualquer dificuldade para chegar até ele.

Antes de retornamos a Trogir fomos conhecer a Fortaleza de Klis, construída pelos romanos com três muralhas concêntricas, reforçada pelos venezianos que a perderam para os turcos que aqui construíram uma mesquita e um minarete, posteriormente foi ocupada pelos austríacos que destruíram o minarete e transformaram a mesquita em igreja. É avistada de longe pela sua grandiosidade e localização usando o ponto mais alto de um penhasco, suas muralhas se confundem com a rocha.









Há um estacionamento na parte baixa de onde conseguimos vê-la melhor.
















Daqui avista-se Split, o mar e parte da região.



Uma curiosidade, a fortaleza foi um dos locais de filmagem da série Game of Thrones, uma entre muitas do país.

Chegamos a passar por Salona com uma grande área de ruínas romanas mas não nos animamos a andar por lá.





















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