“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Petra, Jordânia - Terra Santa e Istambul 2012

Depois de um dia inteiro cruzando a Jordânia chegamos na cidade de Nova Petra que aparentemente tem pouco a oferecer com exceção da grande estrela do país: Petra. Próximo a sua entrada encontram-se alguns hotéis internacionais, geralmente pertencentes a grandes redes hoteleiras.
Por toda região avistam-se gigantes de pedra e deserto.
Nova Petra
Ficamos no Hotel Beit Zaman, distante do centro mas muito bonito, todo construído em pedra, com boas acomodações e um restaurante-bar a preço fixo, somente o atendimento ainda é inexperiente.

Hotel Beit Zaman

O que falar de Petra, por mais que se tenha visto fotos e vídeos o local é impressionante,  local  ocupado desde o ano 1.200 a.C., tendo-se tornado a capital do povo nabateu em 312 a.C. O povo árabe nabateu construiu uma cidade escondida pelas pedras que a formaram e nelas deixaram seu estilo arquitetônico greco-romano e oriental. O comércio de pedras e especiarias entre Ocidente e Oriente passava naquela região, as caravanas levavam perto de um ano numa viagem de ida e volta e os nabateus fizeram de Petra um local de parada para abastecimento e troca de mercadorias, tornando-a uma cidade rica. Gregos, romanos e egípcios tentaram controlar a cidade mas só em 64 a.C. foi  anexada ao Império Romano, que 400 anos após mudaram a rota das caravanas levando ao declínio de Petra e seu abandono. Ficou então esquecida até a Idade Média quando começaram a tentar encontrá-la, mas foi só em 1.812 que foi localizada por um arqueólogo suíço, em 1.985 tornou-se parte do Patrimônio Mundial da UNESCO.

Começamos então a nossa esperada jornada, sabíamos que seriam cerca de 5 km percorridos sob sol intenso e além do filtro solar nos cobrimos como os locais, um chale sobre a cabeça e ombros nas cores vermelho e branco, que são as cores da Jordânia.


Já no caminho encontram-se grutas que eram usadas como postos de vigilância e tumbas, é o vale Bab el-Siq, com 900 metros.




 Chegamos então à entrada da cidade por um desfiladeiro de quase 1,5 km formado provavelmente por um terremoto que originou essa falha geológica que vem sendo transformada pela ação do vento e do homem, o Siq, talvez a maior maravilha da cidade.


Logo a entrada avistam-se canais que transportavam a água oriunda das 12 fontes, os canais conduziam também a água das neves e das chuvas que eram armazenadas em cisternas.


o Siq é moldado por  formações rochosas, algumas com mais de 80 metros de altura, em cores suaves, predominando o rosa, formado pelo depósito de ferro, e preto, pelo depósito de óxido de cobre. No caminho encontram-se estátuas, nichos e tumbas.





nicho
pedaços de uma estátua
rosa, depósito de ferro e negro, depósito de óxido de cobre

Alguns trechos ainda preservam a calçada romana.


Em outros, pedras lembram animais, como esta que lembra um elefante.


Essa caminhada, a maior parte do tempo na sombra, encanta, pois a cada curva o visual muda, até que se chega a um estreitamento de onde se avista parte do Tesouro, iluminado pela luz solar pois se encontra numa depressão. É impossível não se emocionar, o local é estonteante, saber o que iremos encontrar não diminui o impacto.





Essa magnífica fachada de 30 metros de largura por 43 metros de altura foi construída no séc. I pelo Rei Areta IV para ser sua tumba e de seus familiares.  Sua construção demorou 31 anos e foi realizada por 3.000 trabalhadores. A coroa acima representa o Rei Nabateu, abaixo fica a estátua de Ísis com mulheres guerreiras ao lado, abaixo de Ísis há um triângulo com flores e copos. Na parte inferior há colunas talhadas na pedra com 3 entradas para as tumbas do rei e de suas mulheres, ao lado das entradas ficam as estátuas de Castor e Pólux, responsáveis por levar seus espíritos. O chão original encontra-se 4 metros abaixo. Seu interior é vazio.

O local cercado por altas formações rochosas é ocupado por uma loja, vendendo de tudo, e muitos beduínos com seus camelos, seja para fotos ou para transporte. Diferente do que havia lido, encontra-se água gelada a venda mas a medida que entramos mais e mais na cidade o preço também aumenta, o prejuízo aumenta com as conversões e trocos oferecidos pelos beduínos, melhor levar dinar jordaniano trocado ou notas de 1 dólar. Para quem cansar há possibilidade de transportes alternativos: charrete, camelo, cavalos e burricos.




O impacto maior já aconteceu mas a cidade está só começando, são 40 km2. A seguir fica a Avenida das Fachadas, com várias tumbas reais e da classe média, algumas com suas entradas fechadas e, mais lojinhas...






Chega-se então a um teatro esculpido na pedra que era usado para orações para o morto, quando a cidade esteve sob domínio romano foram acrescentadas colunas.


Próximo ao teatro há várias tumbas, algumas chamadas de reais pela sua grandiosidade.















Lindos detalhes nas rochas.


A seguir chega-se na parte romana da cidade com seu cardo e monumentos.





Apesar de só praticamente existir pedras no local encontram-se cabras pastando, muitas....


Ainda havia mais para ver mas tem-se que pensar na volta que é pelo mesmo caminho da ida, ou seja, cerca de 3 km ao sol, lá fomos nós e mais uma vez o que mais nos encantou foi o desfiladeiro...maravilhoso. Aqui, como em Jerash, havia grupo de jovens jordanianas em excursão, sempre muito sorridentes e simpáticas e frequentemente pedem para tirar uma foto, sempre com as mulheres.


Abaixo uma foto nossa aos costumes locais...














































































































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