“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Jerusalém Bairro Cristão, Israel - Terra Santa e Istambul 2012

Apesar da cidade antiga de Jerusalém ter mais de 3000 anos seu plano de ruas é bizantino e suas muralhas são do séc. XVI. Dentro das muralhas a cidade encontra-se dividida em 4 bairros: cristão, árabe, judeu e armênio de limites não tão precisos. O bairro cristão é praticamente formado por igrejas, sendo a Igreja do Santo Sepulcro a mais importante, entremeadas por ruas de comércio e souks árabes. É acessível pela Porta de Jaffa ou pela de Damasco.

O mapa abaixo mostra a divisão da cidade e os seus pontos principais.



Entramos em Jerusalém pela Porta de Herodes chegando ao bairro árabe, lá encontramos ruelas com lindas vistas onde iniciamos a Via Sacra ou Via Dolorosa, praticamente localizada no bairro árabe. O nome certo da Porta de Herodes, tanto em árabe como em hebraico, é Porta das Flores devido a rosácea acima do arco, o nome mais conhecido atualmente deve-se ao fato dos peregrinos cristãos, lá por 1500, pensarem que ela dava acesso ao palácio do filho de Herodes.

Porta de Herodes
bairro árabe com a cúpula da rocha ao fundo

Aqui começamos a Via Sacra, caminho percorrido por Jesus Cristo desde sua flagelação pelos romanos até sua crucificação, 9 estações da via estão nesta rua e as 5 demais encontram-se na Igreja do Santo Sepulcro. Apesar da popularização desta via acredita-se que não tenha sido este o caminho percorrido por Jesus, o mais provável  começaria na Cidadela que era o local do palácio de Pôncio Pilatos onde Jesus teria sido julgado, para depois percorrer a atual Rua David no mercado árabe, o souk, saindo das muralhas para o monte Gólgota onde está o Santo Sepulcro.

I - Mosteiro da Flagelação onde teria acontecido a flagelação de Cristo pelos romanos, no local da Fortaleza Antonia.

entrada do Mosteiro da Flagelação

altar
detalhe do chão mostrando um jogo que teria sido riscado pelos romanos
II - antigo arco romano próximo ao local onde Pôncio Pilatos teria apresentado Cristo à multidão dizendo "eis o Homem", em latim "Ecce Homo", nome dado ao arco.



III - aqui aconteceu a 1º queda de Jesus, local marcado por uma capela do Patriarcado Armênio da cidade.



IV - encontro de Jesus com sua mãe, marcado por um pequeno oratório.



V - encontro de Jesus com Simão, a quem os romanos ordenam que carregue a cruz até o monte Gólgota.



VI - encontro de Jesus com Verônica, que limpa sua face que fica marcada no tecido, local assinalado por uma igreja greco-católica.




VII - 2º queda de Jesus, assinalado numa esquina entre a Via Dolorosa e a Rua do Mercado.



VIII - encontro de Jesus com as mulheres de Jerusalém, local assinalado por uma cruz na parede de um mosteiro ortodoxo.



IX - 3º queda de Jesus, local assinalado a frente de um mosteiro copta.



Pela rua da IX estação, souk El - Dabbagha,  chega-se a Igreja do Santo Sepulcro, local onde estão as últimas cinco estações.

Igreja do Santo Sepulcro no final da rua e minarete da mesquita Khanga Salahiyya
A primeira basílica construída entre 326 e 335 a mando de Constantino foi destruída em 1009 pelo sultão Hakim, reconstruída pelos cruzados entre 1114 e 1170, sofreu um incêndio em 1808 e um terremoto em 1927. Hoje sua administração está dividida entre franciscanos, coptas, armênios, etíopes, russos, ortodoxos e mulçumanos.

O pátio da entrada rodeado de capelas apresenta à esquerda a torre do sino cruzada, a direita há uma escada, hoje bloqueada que levava a Capela dos Francos. A entrada principal é do início do séc. XII e a porta do lado direito hoje está fechada.


torre do sino
Ao fundo da basílica avista-se um minarete da mesquita Khanga Salahiyya,  construída por Saladino entre 1187 e 1189 para os místicos sufis.

Khanga Salahiyya

X - Jesus é despojado de suas vestes, na entrada da igreja há a direita uma escada que leva ao local onde Jesus foi despojado de suas vestes.

no local onde está a  janela com grades a direita ficam as estações X,XI e XII
entrada no final da escada
XI e XII - Jesus é pregado na cruz e Jesus morre na cruz,  aqui é o antigo monte Gólgota ou monte da Caveira, ou seja, Calvarium, local onde Jesus foi pregado a cruz. O local apresenta decoração com mosaicos e lanternas abrigando a pedra do Calvário que mostra uma fenda causada por um terremoto. Mais a frente, numa estrutura semelhante a da Igreja da Natividade, há uma cruz de prata com um orifício central no qual se toca a pedra onde a cruz foi colocada, somente de joelhos consegue-se alcançá-la. É um momento muito emocionante, o maior de toda a viagem...





XIII - o corpo de Jesus é retirado da cruz, José de Arimatéia e Nicodemos retiraram o corpo de Jesus da cruz que foi colocado na pedra da unção, que fica logo a entrada da igreja, onde seu corpo foi envolvido em panos com aromas, como faziam os judeus. É costume dos peregrinos beijar a pedra e nela passar objetos que levem consigo.




XIV - o corpo de Jesus é posto no sepulcro, no centro da igreja há uma capela construída pelos russos em 1810 sobre as antigas bizantina e cruzada que possui duas salas, a primeira é a sala do anjo com um pedaço da pedra que teria fechado a tumba de Jesus e na outra sala há a tumba vazia. No local é proibido tirar fotos.

entrada da sala do anjo
Jesus morreu numa sexta-feira, o dia seguinte era o Sabat, dia de repouso para os judeus não sendo realizados enterros nesse dia, como a família de Jesus não possuía túmulo e havia a necessidade de um enterro no mesmo dia José de Arimatéia emprestou a sua que nunca havia sido usada por ninguém.

Além das igrejas há ruas de comércio destacando-se o Muristan criado pela Igreja Ortodoxa Grega e a Rua David com seu movimentado bazar.

Muristan


Rua David














































































































































































































3 comentários:

  1. Gostei de todas as informações da página. No entanto não encontrei o que andava procurando. Estou querendo saber, (A) qual lado fica "O Campo do Lavandeiro" Se ele ficava ao Norte de Jerusalém ou se era ao Sul. (B) Estou também tentando descobrir quais eram as águas que caiam no campo para os lavandeiros e lavadeiras lavarem suas roupas.

    ResponderExcluir
  2. Pbsena achei estas informações

    Este lugar é acidentalmente mencionado como dando o seu nome a um caminho entre muros, que era o ‘aqueduto do açude superior’ (2 Rs 18.17,26 - is 7.3 - 36.2). Estava situado ao norte de Jerusalém, e tão perto das muralhas que quem estivesse em cima destas podia ouvir os que falavam no campo do lavandeiro. A fonte de Siloé, ou de Giom, cujas águas vêm da falda do monte Moriá, formava duas piscinas, chamadas ‘o açude superior’ ou o ‘açude do rei’ (Ne 2.14 - e is 7.3) e ‘açude inferior’ (is 22.9). o aqueduto que fazia a ligação do açude de cima com o de baixo, ou com a cidade, era chamado o ‘aqueduto do açude superior’. Tanto o açude como o aqueduto eram suficientes razões para ajuntamento de lavandeiros. o campo era, sem dúvida, um recinto para ali se branquear a roupa e pô-la a secar.

    mas quando estive lá ninguém comentou

    ResponderExcluir