“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ilha da Madeira - Portugal e Espanha 2011


  • Ilha da Madeira: para mim a Madeira me faz lembrar o filme "Tarde demais para esquecer" onde a avó de Cary Grant morava, para meu marido era finalmente conhecer uma terra da qual ouvira muitas histórias, afinal ele foi casado com uma madeirense e por muitos anos ouviu da família dela como viviam lá e como construiram sua própria casa na região do Faial.
Preferimos contratar uma van só para nós dois, desta forma pudemos, em dois dias, conhecer praticamente toda a ilha. O motorista, David Fernandes ( recomendadíssimo), nascido na ilha, conhece muito bem a região e nos levou ao Faial onde conseguimos achar a casa construida com pedras que ainda está lá abandonada há mais de 40 anos. Várias vezes nos surpreendemos com as dificuldades que os madeirenses encontram para viver em alguns lugares da ilha, afinal esta é uma terra vulcânica com vales profundos e de difícil acesso, ao questionarmos nosso guia ele respondia que não havia outra forma e que todos já estavam acostumados.
Chegar a ilha de avião já é um espetáculo pois a ilha vista de cima é muito bonita e possui um espetacular aeroporto construido, em parte, sobre o mar, detalhe, por uma construtora brasileira. Foram construidos 180 pilares, alguns há mais de 60m de profundidade, que aumentaram o comprimento da pista de 1600 para 2780m.

Funchal vista do avião
aeroporto da Madeira
A maioria dos hotéis é de alto padrão sendo difícil a escolha pois todos oferecem lindas vistas e lindas piscinas. Optamos pelo Pestana Carlton, o primeiro do grupo, muito bonito, atendimento excelente e com a possibilidade de se chegar ao centro de Funchal a pé com um retorno um pouco cansativo. Recebemos um up grade para um quarto maravilhoso com varanda dupla e vistas incriveis e, o melhor, um espumante nos aguardava num balde de gelo ao voltarmos a noite.....adoramos...

vista do nosso quarto
De lá fomos ao centro. Funchal abre-se  num leque da costa para as montanhas e é habitada desde o séc. XV.
Forte de São Tiago, 1614

Capela do Corpo Santo
Câmara Municipal na Praça do Município
Palácio de São Lourenço, séc. XVI, hoje um quartel e museu
Sé, 1514
Tem uma linda avenida a beira mar e é rodeada de fontes e jardins, destes o mais famoso é o Jardim Botânico mas, bem próximo ao hotel, fica o lindo Parque de Santa Clara.
Parque Santa Clara
Na cidade há um funicular que leva a Monte. Aqui encontram-se o Jardim do Monte, os Jardins Tropicais do Palácio do Monte e a Igreja de Nossa Senhora do Monte. Subimos num final de tarde com tempo encoberto, chegando no alto não se enxergava quase nada mas as vistas da cidade do funicular são belíssimas. É famosa a descida do Monte através do tobogã, cesta de vime que leva 1 ou 2 pessoas conduzida por locais com um chapéu típico, este transporte existe desde 1850.

foto tirada do funicular
vista da cidade do Monte
No nosso primeiro dia com o guia começamos por conhecer Camacha. Esta é uma vila a 700m de altura que mantém várias tradições da ilha. Foi o local onde se realizou a primeira partida de futebol de Portugal e possui uma famosa fábrica de vime. Foi aqui, no sítio de Poiso, que experimentamos a bebida típica da ilha, a poncha, lembra a nossa caipirinha só que usa mel.
fábrica de vime em Camacha
De lá fomos para Santana onde encontram-se mais de 100 casinhas triangulares e muito coloridas, típicas da região.

Continuamos subindo e bem no alto tinhamos lindas vistas do mar, de pequenas vilas e do Pico do Areeiro, 3º mais alto da ilha com 1818m.
pequena vila do Faial
Pico do Areeiro
A partir da vila do Faial, perguntando aqui e ali, chegamos a casa de pedras cuja história meu marido ouviu tantas vezes.


Daqui começamos a descer até chegar em Machico, a segunda cidade da ilha. Diz-se que seu nome vem de Robert Machim, um comerciante inglês que fugiu com uma aristocrata em seu navio, este foi  atingido por uma tempestade e naufragou morrendo o casal na ilha e nela  sendo enterrado.
igreja de Machico
No segundo dia com o guia subimos novamente a ilha mas do lado oposto, quanto mais subíamos mais impressionados ficávamos, grandes vales com pequenas vilas, imaginando a dificuldade em viver nesses locais.O povoado mais importante é o Curral das Freiras, pois foi para cá que as freiras de Funchal se refugiaram quando a cidade foi tomada por piratas em 1566. Até 1959 o acesso era somente por uma trilha em zigue-zague, depois foram construidos tuneis para facilitar a cheagada ao local.  Muito nos impressionou também a recuperação da ilha, após a grande enchente de um ano atrás quase nada que pudesse lembrar a tragédia era encontrado. Chegamos até o Mirante Eira do Serrado com 1053m de altitude, de lá se tem idéia melhor do isolamento do povoado.

trilha em zigue-zague
Curral das Freiras
Depois desse visual impressionante voltamos a descer e chegamos em Câmara dos Lobos, pequena aldeia de pescadores com varais para secagem do peixe espada nas praias. Este peixe é o principal item do cardápio da ilha, é pescado em profundidades de 800m e servido sob várias formas. Outro item típico da região é o bolo caco, feito com um trigo típico do local.
Câmara dos Lobos, secagem do peixe espada
Voltamos a subir, agora para o segundo penhasco marítimo mais alto da Europa, Cabo Girão, 589m acima do nível do mar. Tem-se lindas vistas do local e há um projeto para a construção de um mirante no local semelhante ao construido no Grand Canyon, com plataforma suspensa.
vistas do Cabo Girão


Descemos novamente e chegamos em Ribeira Brava, outro povoado litorâneo de pescadores com uma praia pedregosa e acesso por um túnel. Destaca-se a Igreja de São Bento, uma das mais bem preservadas da ilha.
Ribeira Brava e seu túnel de acesso
Igreja de S. Bento em Ribeira Brava
Voltamos a subir agora em direção ao platô da ilha, Paúl da Serra, com 17 km de comprimento e 6 km de largura. É daqui que a água da chuva filtrada nas rochas vulcânicas desce através do sistema de levadas. Estas são canais de irrigação construidos pelo homem desde o séc. XV que levam água da chuva as plantações e culturas das pequenas aldeias. É um sistema antigo que não agride o meio ambiente, são estreitas e com um declive suave dificultando as perdas por evaporação. Estão presentes em toda ilha sendo patrimônio mundial. É daqui também que sai a  energia da ilha através de geradores eólicos.

Paúl da Serra
Voltamos a descer e chegamos a um dos locais mais bonitos da ilha, Porto Moniz. Este lindo vilarejo há menos de 75 km de Funchal, mas de difícil acesso,  possui maravilhosas piscinas naturais.
Porto Moniz e suas piscinas naturais


No caminho encontram-se lindas vistas e muitas cachoeiras.



De Porto Moniz fomos ao último local do dia,  São Vicente. A Igreja Matriz possui uma pintura onde o santo abençoa a aldeia, mas é o visual geral da vila que agrada mais.
São Vicente
Igreja Matriz de S. Vicente
A Ilha da Madeira é maravilhosa com atrações diversificadas, tanto no mar quanto na montanha, rede hoteleira esplêndida, bons restaurantes, casas noturnas e possibilidade de esportes náuticos e terrestres porém 90% de seus turistas são ingleses, americanos ou alemães na terceira idade. Isto é só uma constatação mas o que me chateou foi que em alguns lugares as pessoas que atendiam não sabiam falar português, só inglês, e reparem que nem era alta temporada.....não nos agradou.....



































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