- Ilha da Madeira: para mim a Madeira me faz lembrar o filme "Tarde demais para esquecer" onde a avó de Cary Grant morava, para meu marido era finalmente conhecer uma terra da qual ouvira muitas histórias, afinal ele foi casado com uma madeirense e por muitos anos ouviu da família dela como viviam lá e como construiram sua própria casa na região do Faial.
Preferimos contratar uma van só para nós dois, desta forma pudemos, em dois dias, conhecer praticamente toda a ilha. O motorista, David Fernandes ( recomendadíssimo), nascido na ilha, conhece muito bem a região e nos levou ao Faial onde conseguimos achar a casa construida com pedras que ainda está lá abandonada há mais de 40 anos. Várias vezes nos surpreendemos com as dificuldades que os madeirenses encontram para viver em alguns lugares da ilha, afinal esta é uma terra vulcânica com vales profundos e de difícil acesso, ao questionarmos nosso guia ele respondia que não havia outra forma e que todos já estavam acostumados.
Chegar a ilha de avião já é um espetáculo pois a ilha vista de cima é muito bonita e possui um espetacular aeroporto construido, em parte, sobre o mar, detalhe, por uma construtora brasileira. Foram construidos 180 pilares, alguns há mais de 60m de profundidade, que aumentaram o comprimento da pista de 1600 para 2780m.
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Funchal vista do avião |
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aeroporto da Madeira |
A maioria dos hotéis é de alto padrão sendo difícil a escolha pois todos oferecem lindas vistas e lindas piscinas. Optamos pelo Pestana Carlton, o primeiro do grupo, muito bonito, atendimento excelente e com a possibilidade de se chegar ao centro de Funchal a pé com um retorno um pouco cansativo. Recebemos um up grade para um quarto maravilhoso com varanda dupla e vistas incriveis e, o melhor, um espumante nos aguardava num balde de gelo ao voltarmos a noite.....adoramos...
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vista do nosso quarto |
De lá fomos ao centro.
Funchal abre-se num leque da costa para as montanhas e é habitada desde o séc. XV.
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Forte de São Tiago, 1614 |
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Capela do Corpo Santo |
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Câmara Municipal na Praça do Município |
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Palácio de São Lourenço, séc. XVI, hoje um quartel e museu |
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Sé, 1514 |
Tem uma linda avenida a beira mar e é rodeada de fontes e jardins, destes o mais famoso é o Jardim Botânico mas, bem próximo ao hotel, fica o lindo Parque de Santa Clara.
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Parque Santa Clara |
Na cidade há um funicular que leva a Monte. Aqui encontram-se o Jardim do Monte, os Jardins Tropicais do Palácio do Monte e a Igreja de Nossa Senhora do Monte. Subimos num final de tarde com tempo encoberto, chegando no alto não se enxergava quase nada mas as vistas da cidade do funicular são belíssimas. É famosa a descida do Monte através do tobogã, cesta de vime que leva 1 ou 2 pessoas conduzida por locais com um chapéu típico, este transporte existe desde 1850.
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foto tirada do funicular |
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vista da cidade do Monte |
No nosso primeiro dia com o guia começamos por conhecer
Camacha. Esta é uma vila a 700m de altura que mantém várias tradições da ilha. Foi o local onde se realizou a primeira partida de futebol de Portugal e possui uma famosa fábrica de vime. Foi aqui, no sítio de Poiso, que experimentamos a bebida típica da ilha, a poncha, lembra a nossa caipirinha só que usa mel.
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fábrica de vime em Camacha |
De lá fomos para
Santana onde encontram-se mais de 100 casinhas triangulares e muito coloridas, típicas da região.
Continuamos subindo e bem no alto tinhamos lindas vistas do mar, de pequenas vilas e do
Pico do Areeiro, 3º mais alto da ilha com 1818m.
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pequena vila do Faial |
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Pico do Areeiro |
A partir da vila do
Faial, perguntando aqui e ali, chegamos a casa de pedras cuja história meu marido ouviu tantas vezes.
Daqui começamos a descer até chegar em
Machico, a segunda cidade da ilha. Diz-se que seu nome vem de Robert Machim, um comerciante inglês que fugiu com uma aristocrata em seu navio, este foi atingido por uma tempestade e naufragou morrendo o casal na ilha e nela sendo enterrado.
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igreja de Machico |
No segundo dia com o guia subimos novamente a ilha mas do lado oposto, quanto mais subíamos mais impressionados ficávamos, grandes vales com pequenas vilas, imaginando a dificuldade em viver nesses locais.O povoado mais importante é o
Curral das Freiras, pois foi para cá que as freiras de Funchal se refugiaram quando a cidade foi tomada por piratas em 1566. Até 1959 o acesso era somente por uma trilha em zigue-zague, depois foram construidos tuneis para facilitar a cheagada ao local. Muito nos impressionou também a recuperação da ilha, após a grande enchente de um ano atrás quase nada que pudesse lembrar a tragédia era encontrado. Chegamos até o Mirante Eira do Serrado com 1053m de altitude, de lá se tem idéia melhor do isolamento do povoado.
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trilha em zigue-zague |
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Curral das Freiras |
Depois desse visual impressionante voltamos a descer e chegamos em Câmara dos Lobos, pequena aldeia de pescadores com varais para secagem do peixe espada nas praias. Este peixe é o principal item do cardápio da ilha, é pescado em profundidades de 800m e servido sob várias formas. Outro item típico da região é o bolo caco, feito com um trigo típico do local.
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Câmara dos Lobos, secagem do peixe espada |
Voltamos a subir, agora para o segundo penhasco marítimo mais alto da Europa,
Cabo Girão, 589m acima do nível do mar. Tem-se lindas vistas do local e há um projeto para a construção de um mirante no local semelhante ao construido no Grand Canyon, com plataforma suspensa.
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vistas do Cabo Girão |
Descemos novamente e chegamos em
Ribeira Brava, outro povoado litorâneo de pescadores com uma praia pedregosa e acesso por um túnel. Destaca-se a Igreja de São Bento, uma das mais bem preservadas da ilha.
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Ribeira Brava e seu túnel de acesso |
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Igreja de S. Bento em Ribeira Brava |
Voltamos a subir agora em direção ao platô da ilha,
Paúl da Serra, com 17 km de comprimento e 6 km de largura. É daqui que a água da chuva filtrada nas rochas vulcânicas desce através do sistema de levadas. Estas são canais de irrigação construidos pelo homem desde o séc. XV que levam água da chuva as plantações e culturas das pequenas aldeias. É um sistema antigo que não agride o meio ambiente, são estreitas e com um declive suave dificultando as perdas por evaporação. Estão presentes em toda ilha sendo patrimônio mundial. É daqui também que sai a energia da ilha através de geradores eólicos.
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Paúl da Serra |
Voltamos a descer e chegamos a um dos locais mais bonitos da ilha,
Porto Moniz. Este lindo vilarejo há menos de 75 km de Funchal, mas de difícil acesso, possui maravilhosas piscinas naturais.
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Porto Moniz e suas piscinas naturais |
No caminho encontram-se lindas vistas e muitas cachoeiras.
De Porto Moniz fomos ao último local do dia,
São Vicente. A Igreja Matriz possui uma pintura onde o santo abençoa a aldeia, mas é o visual geral da vila que agrada mais.
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São Vicente |
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Igreja Matriz de S. Vicente |
A Ilha da Madeira é maravilhosa com atrações diversificadas, tanto no mar quanto na montanha, rede hoteleira esplêndida, bons restaurantes, casas noturnas e possibilidade de esportes náuticos e terrestres porém 90% de seus turistas são ingleses, americanos ou alemães na terceira idade. Isto é só uma constatação mas o que me chateou foi que em alguns lugares as pessoas que atendiam não sabiam falar português, só inglês, e reparem que nem era alta temporada.....não nos agradou.....
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