“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”
Amyr Klink

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Veneza e Roma - Outubro 2011



Para comemorar uma data especial fugimos uma semaninha em outubro de 2011 e, novamente, fomos para a Itália, 3 dias em Veneza e 4 dias em Roma…..
  • Veneza: chegar a esta cidade é sempre incrivel, a começar pelo meio de transporte.Esta foi a nossa segunda visita e,  apesar do calor fora de época e de uma enorme quantidade de turistas, ela se mostrou ainda mais bela e romântica, se revelando a cada ruela ou beco escondido.





Avistar a cidade é sempre emocionante, é uma cidade única no mundo.



Ficamos em um hotel bem central, A Tribute to Music, a poucos metros da Piazza San Marco, e de frente para a Laguna, nosso belo quarto tinha esta vista esplêndida.


Como era nossa segunda visita a cidade não nos preocupamos com os pontos turísticos tradicionais, simplesmente andamos e nos perdermos por ela. Veneza foi construida sobre uma série de bancos de lama e na Idade Média tornou-se um importante porto no comércio com o Oriente, essa imensa riqueza refletiu-se em monumentos com a Basílica de San Marco, pontes e palácios.  O Grande Canal atravessa o centro da cidade e é incrivel avistá-lo com seus vaporettos e  lanchas pelas pontes Rialto e Academia.

vista do Grande Canal da ponte Accademia

Fomos a pé do hotel até a ponte e desta fomos até a Igreja Santa Maria della Salute (ao fundo na foto), uma igreja imponente que fica na entrada do Grande Canal e tem esse nome  pois foi construida em agradecimento pela cidade ter sido salva da peste em 1630.
No caminho encontramos o que mais gosto em Veneza, becos, praças, ruelas, torres inclinadas e pequenos canais com as tradicionais gôndolas, esta tinha até um cantor entoando canções tradicionais italianas.


Abaixo a famosa Ponte Rialto, lotada de turistas, daqui se vai para a Pescheria, agitado mercado de peixes  há seis séculos.


No outro dia compramos um bilhete de dia inteiro de vaporetto, aproveitamos para conhecer Murano.  Murano é formada também por um conjunto de ilhotas ligadas por pontes e concentra a indústria do vidro, é bonitinha com algumas construções de vidro pela cidade para mostrar a criatividade e a diversidade no seu manuseio . Não aconselho a vinda gratuita para cá oferecida por alguns hotéis pois você é levado direto a uma fábrica aonde vê o manuseio do vidro para logo em seguida ser levado a loja e “bem incentivado” a comprar.

Um dos passeios mais bonitos em Veneza é avistar a cidade ao por do sol, fizemos isto neste dia indo de vaporetto até a Piazzale Roma, portão da cidade, último local do transporte tradicional.

por do sol em Veneza

De lá voltamos a pé para o hotel e nos deparamos com o cotidiano da cidade, pessoas voltando para casa, mães com seus filhos na praça, outras  fazendo compras para o jantar…..
  • Roma: esta foi a primeira cidade européia que conhecemos, isto em 2003, a visita de 2011 foi a quinta…..realmente gostamos muito dela. Seu centro histórico é bem concentrado e estávamos em um hotel bem central assim pudemos rever os clássicos: Fontana di Trevi, Pantheon, Piazza Navona, Piazza di Spagna, Forum, Coliseu e Vaticano, mas o nosso propósito era conhecer lugares novos e outros que foram reabertos ao público.         
Vou começar falando do hotel que ficamos, Residenza Torre Colonna. Uma antiga torre medieval que foi transformada num pequeno hotel com 5 quartos, um por andar, diferentes entre si na decoração mas, todos com um bom  espaço, conforto, beleza e um computador..   
Residenza Torre Colonna
              
No 6º andar fica a sala do café da manhã, muito bom, e acima um terraço com vista panorâmica da cidade. A localização é excelente, da rua se avista o Forum e a pé se visita todo o centro histórico.
vista da frente do hotel



















Um dos lugares que mais gostamos em Roma é todo o complexo dos vários foruns e Coliseu, mas nunca visitamos o Forum por dentro. Desta vez compramos o bilhete integrado Coliseu, Forum Romano e Palatino, aconselho a comprar na entrada do Forum pois as filas são bem menores do que as do Coliseu e o acesso a este é diferenciado para os que possuem este bilhete.
O que dizer  do Forum, lugar incrivel que foi o centro comercial, político  e cultural de Roma e onde vários imperadores deixaram a sua marca construindo templos, arcos e basílicas. Além de passear entre as ruínas visite a Casa de Augusto, primeiro imperador romano, que foi reaberta ao público em 2008.


Forum Romano


Casa de Augusto

Casa das Vestais 
O Arco de Sétimo Severo é um dos mais bonitos e imponentes, foi erguido em 203 dC para comemorar o 10º ano da chegada do imperador ao poder.

Arco de Sétimo Severo


















 Quanto ao Coliseu…..acho que é  unanimidade, visitado por todos que veem a Roma,  é dificil não se emocionar ao vê-lo  e imaginar tudo o que ali se passou. Foi construido pelo imperador Vespasiano em 72 dC e nos combates inaugurais de 80 dC mais de 9.000 animais ferozes foram mortos. Muitos associam o Coliseu ao imperador Nero, mas o Coliseu ainda não tinha sido construido no seu império, porém foi construido no local onde ficava o lago do palácio de Nero, mostrado abaixo. Seu nome original é Anfiteatro Flávio mas ficou conhecido por Coliseu porque lá havia uma estátua gigante (colosso) de Nero.

Palácio de Nero               



Saindo do Coliseu seguimos a Via di San Giovanni in Laterano, queriamos conhecer a igreja de San Clemente. Esta igreja, do século XII,  foi construida sobre outra igreja, abaixo desta há salas que seriam parte da Casa da Moeda da Roma antiga e, ainda mais abaixo, há um templo pré cristão. Infelizmente não foi possivel a visita pois estava fechada ( fecha das 12:30h às 15:00h), fica pra próxima vez ( mais um motivo para voltar).

Um outro local que sempre visitamos, e que não é muito conhecido, é o Teatro de Marcelo. Fica próximo ao rio Tibre, no antigo gueto judeu. Foi construido em 13 ou 11 aC, sua fachada a vista encontra-se próxima ao templo de Apolo Sosiano e o seu interior hoje abriga moradias. O teatro de Marcelo serviu de inspiração para a construção do Coliseu.
Teatro de Marcelo e o templo Apolo Sosiano         

































         












































































































  






Teatro de Marcelo

Muito próximo a este teatro há o Pórtico  di  Ottavia,  é parte de um templo dedicado a Jupiter, construido em 147 aC e reconstruido  em 32 aC por Augusto em homenagem a sua irmã Ottavia. O portico sinaliza um dos limites do antigo gueto judeu e foi o local de um prestigiado  mercado de peixes.

Pórtico di Ottavia


Do Portico chega-se facilmente ao Campo di Fiori, popular praça de Roma, palco de uma feira matinal e com a estátua de Giordano Bruno ao centro, filósofo que foi queimado na praça em 1600 por ter afirmado que a Terra girava em torno do Sol. No caminho passamos pela Fonte das Tartarugas, hoje em dia as tartarugas originais, possivelmente construidas por Bernini, estão nos Museus Capitolinos, foram substituidas por cópias após serem roubadas várias vezes.


Museu Ara Pacis
 Um novo museu, inaugurado em 2006, é o Museu Ara Pacis,  uma estrutura de aço e vidro que protege um monumento do ano 9 aC construido pelo senado romano para celebrar a pacificação da Gália (França) e da Hispânia (Espanha), conquistada por Augusto. Esse altar permaneceu soterrado por muito tempo, só sendo redescoberto no início do século XX, nos anos 30 Benito Mussolini ordenou a restauração do mesmo  às margens do rio Tibre num prédio monumental que, atualmente, foi substituido pela nova estrutura. É um museu que guarda um único objeto e, mesmo sendo um altar bonito e interessante, questiono o valor do bilhete de 10 euros. Chega-se ao museu facilmente vindo da Piazza di Spagna e, nos arredores, há o Mausoléu de Augusto, tumba funerária construida por Augusto em 28 a.C. que atualmente encontra-se fechada para o público.

Mausoléu de Augusto


O centro histórico de Roma é facilmente percorrido a pé mas para lugares um pouco mais distantes recomendo comprar o bilhete integrado ônibus-metro de dia inteiro. Foi o que fizemos num dia: pegamos o metro até a estação Pirâmide, lá, logo na saida da estação,  encontramos a pirâmide de Caio Cestius e a Porta São Paulo.

 Caio Cestius era um pretor romano, rico, que influenciado pelos escândalos de Cleópatra, encomendou uma pirâmide para servir de túmulo. Foi contruida no ano 12 aC na muralha Aureliana.



Porta São Paulo é parte da Muralha  Aureliana que foi construida entre 271 e 275 englobando as sete colinas de Roma, para proteger a cidade das invasões bárbaras. Outras porta da muralha bem central é a Porta del Popolo na praça do mesmo nome.

Voltamos ao metro e retornamos para sair na estação Circo Massimo, lá pudemos avistar o antigo Circo em toda sua grandiosidade com o Forum Palatino ao fundo.




Pegamos, então o ônibus 118 para chegar a Via Appia Antica. Aliás  acesse www.atac.roma.it para saber qual a melhor maneira para se deslocar em Roma com transporte público. No trajeto do ônibus passamos pelas Termas de Caracalla, por uma outra porta da muralha (porta de São Sebastião) e chegamos na Via Appia Antica. Seguimos no ônibus por uma paralela até chegarmos as Catacumbas de San Calixto. Há muito o que ver na Via Appia: a própria via, catacumbas, mausoléus, igrejas...Escolhemos a de San Calixto para visitar. Chegamos a tempo da última visita da manhã ( fecha das 12 às 14 ), bilhete a 8 euros, somente visita guiada. Fizemos a visita em espanhol. As catacumbas são formadas por galerias subterrâneas, verdadeiros labirintos que podem alcançar vários quilómetros. Nas paredes eram construidos nichos que abrigavam os cadávers.  Não há muito o que se ver, quase tudo está em museus mas a história é muito interessante, imaginar os cristãos se reunindo a distância, secretamente, fazendo catacumbas para enterrar seus próximos e utilizando esses locais para rezar missas....o guia é essencial nesta visita.

Via Appia Antica

Foram dias de muito sol, boa comida, bons vinhos e passeios maravilhosos......














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